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terça-feira, novembro 22, 2005

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bush"Atrapalhado após discurso, Bu$h tenta sair por uma porta fechada..."

domingo, novembro 20, 2005

António Lourenço Fontes - Uma alma barrosã


Não resisti a publicar esta autobiografia de António Lourenço Fontes, um barrosão de alma e coração, que muito fez por esta região e com o qual muito me identifico em mutios aspectos, além de ser seu amigo.
Esta biografia foi publicada na versão digital do seu Notícias de Barroso. É um texto recente e apetece oferecê-lo assim aos nossos leitores - uma pérola - na íntegra, sem mais demoras:


AO CANTO DE UM ESPELHO - UM PADRE BARROSÃO


«1. António Lourenço Fontes.
Nasci em Cambezes do Rio, concelho de Montalegre. O mais bonito da minha terra
é a igreja, as casas velhinhas, a gente e seus usos, saberes e falares, as paisagens sobre o vale do Cávado, os montes que subi.

2. Nasci a 22.02.40. Centenário da Restauração e independência. Ergueram-se cruzeiros a comemorar. Sou signo Piscis. Aprendi a nadar em todas as águas.

3. Marcaram-me companheiros da escola: o João do Zindinho, na juventude; o
Domingos D. Batista, no Seminário. Na escola primária não fiz a 3ª classe, passei da 2ª para a 4ª por iniciativa da professora. Chamavam-me os meus irmãos: sapo, por ser pequeno, andar devagar; mais tarde padre do Grilo, pela alcunha de meu pai, O Grilo de Cambezes.

4. Poucos desportos pratiquei, eram proibidos alguns. Em criança joguei todos os jogos infantis da região. De jovem gostei de voleibol. Hoje tentei parapente, mas a idade e o reumático não o aconselham. Gosto de montanhismo, sendeirismo.
Gostar de cinema, nem por isso, dá-me sono nalguns. Gosto muito de teatro nas aldeias, sobretudo o popular. Na minha juventude gostava de ouvir e cantar o folclore da região e do Minho.

5. Nunca me vi em nenhuma profissão, dado que o sacerdócio me absorve a vida toda, e tentei aprender de tudo um pouco para ser mais útil a mim e à sociedade.

6. Episódios românticos: nos serões das férias de Natal, os encontros com a rapariga que sonhava, e as cartas que escrevia, com tinta invisível ou com códigos para ninguém ler.

7. Na juventude sobrepunha-se na política Salazar, na igreja João XXIII, no escutismo Baden Powel, na Santidade S. Teresa, na música Padre Minhava, na literatura Camilo Castelo Branco, no cinema Mario Moreno.

8. Os tabus na juventude eram muitos: tudo o que sabia bem, ou era proibido ou era pecado.

9. As maiores influências de professores vieram-me logo da profª primária, D. Laura A.F. No Seminário: Padre Minhava, Mons. Serafim, Padre Mendes.

10. Supersticioso de nascença, vou corrigindo dia a dia os mitos que herdei, de forma a não aceitar, nem fazer qualquer acto ou decisão por simples crença, magia, ou superstição.

11. Recordo às vezes acidentes de carro, de que me tenho saído são e salvo; recordo ter sido expulso do Seminário e ser readmitido sem saber porquê. Ouça esta confissão com o Alleluia de Haendel.


2ª parte

1. Sou padre católico por vocação, onde muita casualidade contribuiu. Nunca senti frustração.

2. Tudo colaborou nessa vocação: ambiente familiar, escolar, seminarístico. A vida confirmou e completou o que aí iniciei e a vida me deu.

3. Sinto-me realizado na vida paroquial que me destacou o Bispo. Nesta profissão - vocação marca-me mais que tudo, ver despertar a fé nas pessoas, quase sempre pela via material, económica, cultural, social. É também a maior alegria e maior gosto: não pregar a estômagos vazios. O maior desgosto é ver sofrer as pessoas e não lhes poder valer, não aceitarem a minha ajuda, sugestão, orientação, religião.

4. O que mais me ocupa é ler e escrever, fazer o Notícias de Barroso, agora desde 2000 atender, em vez da sacristia, no Hotel rural em Mourilhe, conviver com todos na taberna, ao serão, à roda da lareira, hoje um pouco a internet, tocar violino, piano, raras vezes.

5. A maior actividade é fazer amizades. Eu quero ter um milhão de amigos, como o Padre Zezinho. O que mais valorizo nos amigos e em mim é dar amizade sem nada esperar. Recebo de muitos amigos força, carinho, presença, ajuda, ânimo para dar andamento e sentido a cada dia. Destaco, entre muitos amigos, por exº o Tuto do Serralheiro, companheiro, solidário, espertador de valores.

6. Viajei de boleia desde os 15 aos 25 anos de carro. Gostava de falar com outras gentes e culturas. Gosto de viajar de comboio, pela mobilidade, facilidade de contactos, menos curvas, assentos mais duros e sãos. Viajo de avião por necessidade. A viajem que mais me agradou e mais distante fiz foi à Tailândia, China, e Novo México, Rio de Janeiro, e ver aplaudir a paisagem e o Cristo Rei.

7. Para mim a ecologia é a defesa da qualidade de vida que nos advém da protecção e amor à Natureza Mãe.

11. Na gastronomia aprecio carne, com certificado de região demarcada: mirandesa, barrosã, arouquesa, maronesa, grelhadas.

12. Ouço diário a RBA, RM-Montalegre, Antena 1, RR, TSF no carro e gosto muito dos noticiários, dos debates.

13. Como é possível fazer felizes as pessoas? Respondo, amando-as, ouvindo-as, dando a mão, seguindo os planos de Deus: verdade, Amor, serviço. Não ter ambições impossíveis. Armazenar apenas os gostos, esquecer os desgostos, ser optimista, ver tudo por esse prisma...

14. Gosto de satisfazer todas as curiosidades minhas e dos outros a meu respeito. Não oculto a face que está por detrás do espelho a ninguém.»
..............................

terça-feira, novembro 08, 2005

Presidenciais... (A única vez que este assunto será referenciado neste blog!)










«Mário Soares - como ele próprio não se cansa de recordar, a título de prova de vida - passou estes dez últimos anos sem resguardo algum: fez uma fundação, foi deputado europeu, publicou dez livros (!), viajou, fez conferências, palestras, presidiu a comissões, desfilou contra a Guerra do Iraque. "Puf!" - suspira Cavaco Silva, com desdém, ao relembrar as andanças do seu rival -, "um político profissional no seu pior!


" Ele, Cavaco, fez o inverso: tratou de acabar a sua vida académica tranquilamente, publicou um livro, após sair do governo e onde inventariou as "reformas de uma década", que jura ter feito, mas que, curiosamente, são hoje universalmente reconhecidas como as mais urgentes ainda por fazer, e reservou-se para ocasionais aparições públicas, sempre devidamente publicitadas pelos inúmeros homens-de-mão que deixou semeados pela imprensa e sempre recebidas pela pátria como verdadeiros textos de referência, senão mesmo de culto.


Soares falou tanto nestes dez anos que não nos lembramos de coisa alguma marcante que tenha dito. Cavaco falou tão pouco que, para a história, ficou apenas aquela frase dos tempos de governação de Santana Lopes de que "a boa moeda deve afastar a má". Foi um pensamento profundo e corajoso: antes dele, ninguém ainda tinha pensado numa coisa dessas e ninguém ainda se tinha atrevido a questionar os méritos governativos de Santana Lopes e do seu extraordinário séquito. Disse também outra coisa (hoje convenientemente apagada dos registos pelos seus fiéis), estava a sua amiga Manuela Ferreira Leite a tentar controlar o despesismo público e os défices suicidários do Estado: disse que o que era preciso eram políticas keynesianas, de "contraciclo" e acrescidas despesas públicas.


Há dez anos que todos sabíamos que Cavaco voltaria a candidatar-se à Presidência da República, assim que Jorge Sampaio desimpedisse o caminho - porque, tirando o inevitável holocausto de 95, contra o mesmo Sampaio, e a que não tinha maneira de se furtar, ele sempre foi homem dos combates com vitória assegurada à partida. Este seu novo e ridículo tabu com as presidenciais, este patético arrastamento da notícia formal da candidatura, quando já tudo estava pensado ao pormenor e ele ainda fingia estar em reflexão, só serviu para demonstrar duas coisas: uma, que Cavaco conhece e usa todos os truques da política, que afecta desdenhar; outro, que entre os seus truques preferidos está a gestão do silêncio, até ao limite do possível.


Não há lugar mais político do que a Presidência da República. É um lugar destinado exclusivamente a fazer política, não a governar ou a fazer obra. É por isso que a candidatura de Cavaco Silva gera tanto desconforto, tanta desconfiança e tanta insegurança em tanta gente: porque quem se candidata ao cargo se afirma, pessoal e estruturalmente, contra a própria natureza dele e, por conseguinte, nos deixa a tentar adivinhar que agenda secreta será a sua, uma vez na Presidência. Sempre foi assim, também, nos seus dez anos de governo. Cavaco Silva sempre desprezou as ideias políticas, o debate, a ideologia, a agenda, a definição de um horizonte ou de um projecto para Portugal. Quando questionado, respondia com os 1400 quilómetros de estradas novas, os 210.000 carros comprados, as 600.000 criancinhas nascidas durante os seus anos de esplendor. Nunca aceitou debates, nunca perdeu tempo com o Parlamento, nunca se submeteu a entrevistas difíceis.

Quando precisava de cuidar da imagem ou da mensagem, reservava-se para entrevistas exclusivas na televisão pública com o seu conselheiro de imagem ou com a sua adida de imprensa. Assim criou o mito do homem infalível, demasiado ocupado a resolver os problemas do país para se desgastar em explicações avulsas ou na inútil encenação democrática. Para essas tarefas menores, Cavaco contou sempre com um fiel exército de "guardas da revolução", que hoje reemergem outra vez à superfície, tal como, diga-se em abono da verdade, reemergem os cortesãos de Soares.

Uma das especialidades de Cavaco Silva foi sempre a de dar homens por si. Se Cavaco nunca teve uma ideologia nem sentiu necessidade de a ter, o cavaquismo teve-a. Para quem já esqueceu ou finge ter esquecido, convém relembrar o que era a substância intelectual e política do cavaquismo. O mesmo Cavaco Silva que hoje se afirma contra a partidarização do aparelho do Estado, foi o primeiro-ministro que inaugurou a moda recente de distribuir todos os cargos públicos (excepto os das "forças de bloqueio", que se lamentava de não conseguir controlar) pelos fiéis do partido e do chefe, enquanto ele, como escreveu o seu fiel António Pinto Leite, afectava dedicar-se unicamente ao "culto solitário e obsessivo do interesse nacional". Enquanto o próprio Cavaco Silva se vangloriava de ter "devolvido Portugal ao mundo" e se gabava de ter feito de Portugal um "oásis" de progresso no meio da decadência do mundo, os seus fiéis ocupavam, sem pudor nem temor, todos e cada um dos cargos do Estado, das empresas públicas, das sinecuras regionais.

Na RTP, totalmente governamentalizada, Roberto Leal, vestido de minhoca branca, pulava e saltava, cantando o refrão "nós já temos Cavaco e maioria" - antes mesmo das eleições. E o ministro Fernando Nogueira, então "número dois" e delfim do cavaquismo, explicava candidamente que não havia ocupação alguma do aparelho de Estado, já que ele não conhecia "um génio, uma pessoa invulgarmente dotada, que não esteja ocupada". Ele, por exemplo, estava apenas "muito empenhado em dar a sua contribuição individual para um projecto colectivo protagonizado pelo Professor Cavaco Silva... numa unidade ideológica que causa inveja aos adversários".

Porque tudo se resumia a essa tarefa patriótica da unidade ideológica e serviço ao chefe, como ensinava aos deputados do PSD o líder parlamentar da maioria de então, Montalvão Machado: "Uma das prioridades dos deputados sociais-democratas deve ser a promoção da imagem de Cavaco Silva." Eram os tempos, recordo, em que o primeiro-ministro, Cavaco Silva, abria o telejornal da RTP, então estação única e pública, para declarar: "Estou em condições de dizer aos portugueses que o preço da gasolina vai baixar quatro escudos por litro.


" E eram os tempos, também, em que o mesmo primeiro-ministro propunha uma Lei do Segredo de Estado, felizmente abandonada, em que os aumentos de preço dos combustíveis, dos impostos, das taxas de juro e "outros rendimentos do Estado", bem como a contracção de empréstimos por parte da República ou das Regiões Autónomas, passariam a constituir matéria abrangida pelo segredo de Estado. Assim ia a democracia, nos gloriosos tempos de então. E é por isso que, lembrando-me de coisas de então, agora que, segundo as sondagens, Cavaco Silva se prepara para ser meu Presidente da República nos próximos dez anos, eu acho que chegou a altura de lhe exigir o fim do silêncio conveniente.

Gostaria de saber o que pensa ele de Portugal: da justiça, da educação, da desordem territorial, da reforma da administração pública, da regionalização, do aborto, da Ota e do TGV. E o que pensa do mundo: do Iraque, do combate ao terrorismo, das relações com os regimes corruptos de África, da imigração, da adesão da Turquia à Europa, da deslocalização de empresas, da futura guerra contra o Irão.

Numa palavra, gostaria de saber que ideias tem ele, o "não-político", sobre a política. Será pedir de mais a quem quer ser Presidente da República? P.S. - Nos tempos do "Grande Ceausescu", andava em reportagem pela Roménia e pedi uma entrevista ao ministro dos Estrangeiros. Responderam-me que as perguntas só por escrito, previamente, e as respostas só por escrito, posteriormente. O mesmo sistema acaba agora de ser instaurado na Câmara do Porto pelo dr. Rui Rio. Gostavam muito da "maneira de fazer política" dele, não gostavam? Pois agora aprendam!»


"in Público".


Ainda bem que existe um candidato chamado Manuel Alegre!

Chegas de bois têm relatador no Barroso...

(retirado do JN de 7-11-05)

TRADIÇÃO »»
Gravações passam na íntegra, num programa de rádio, aos sábados.
Até já há campos especiais para o efeito.


"Ora bem, já temos o boi mirandês do Jorge do Antigo no campo.... está tratado (bem alimentado) e traz os cornos bem afiados... vai liar (lutar) com o rascalho dos Padeiros, não sei o que irá dar... este tem os cornos virados para o ar e o outro para a terra...vamos lá ver, vamos lá ver...".

Com uma mão no bolso e outra num pequeno gravador para o qual fala, arrastando as palavras, Fernando Moura vai dando pequenos passos para a frente e para trás. Entretanto, o boi rascalho chega ao campo. De rompante. Mas pára a escassos metros do adversário. Fernando volta a carregar no "rec". "Eles aí estão com as cerimónias da praxe...", relata para descrever a troca de olhares entre os animais. Em volta do terreno, numa espécie de campo de futebol, de terra batida, circunscrito por barras de ferro, por questões de segurança, as pessoas que assistem começam a emitir sons com os lábios para acirrar os animais.

Alguns segundos depois... "Pronto! Já estão pegados!", diz para o gravador Fernando Moura, cravando os olhos na luta que o rascalho e o mirandês protagonizam. O público grita. Pelo rascalho, uns. Pelo mirandês, outros.

Estas são cenas de uma chega de bois, que, ontem, teve lugar em Vilar de Perdizes, em Montalegre, e Fernando Moura é o único relatador de chegas da região. Em diferido. As gravações de Fernando Moura passam, na íntegra, no programa "Espaço Público-Chegas de Bois", emitido, há cerca de três anos, em dois horários distintos, (8.30 e 19 horas), na Rádio Montalegre (RM), ao sábado.

É um sucesso de audiências e a prova do peso que estes espectáculos têm na região. "Já tivemos pessoas de Chaves que vieram cá pedir-nos cassetes com as gravações", revela um jornalista da RM.

Desporto-rei


Considerado o desporto-rei do Barroso, as chegas de agora têm muito pouco a ver com as de antigamente, quando a luta se fazia entre os chamados bois do povo e num ano inteiro havia pouco mais de quatro ou cinco. Hoje, há chegas praticamente todos os fins-de-semana, os bois pertencem a privados e até foram criados campos especiais para o efeito (os chegódromos), onde a entrada, por pessoa, custa cinco euros. Fernando Moura está em todas.

"Desde pequenino que sou apaixonado por isto!", justifica este homem de 70 anos, que, em 1995, editou um livro onde relata "as 167 chegas da sua lembrança".

Já agora, a chega entre o rascalho e o mirandês demorou três minutos e vencedor foi o rascalho. "Demorou pouco, mas foi boa!", diz Fernando Moura.

(retirado do JN de 7-11-05)