Cao que nao ladra... lavra
Ora o Sr.Domingos do Pinto (cantoneiro), como tinha um irmao casado na Vila da Ponte andava muito por aqueles lados jà que na altura estava solteiro e como è evidente procurava fêmea que nao o conhece-se jà que na terra o mercado estava um pouco complicado dado à brutalidade ,e inocência do jovem .
-Bem chegado quase o fim do Verao e com ele o fim das festas e romarias o amigo "cantoneiro" viu que se le passava mais um ano da vida sem arranjar casamento, e como jà nao havia festas nao havia desculpa para sair aos domingos à caça de "pachacha "certa ou melhor à caça de ganadus fêmeus .
Chegada a altura do arranque das batatas o amigo "cantoneiro" resolveu juntar duas ou três mulheres e ir atà à Vila da Ponte ajudar o irmao e quem fize-se falta porque o importante era estar o maximo tempo possivel naquela aldeia dado a que havia por là umas pêssegas jà casamenteiras e com todo o charme que ele tinha pudesse enganar uma delas e levà-la para a "corga".
Mas o problema è que uma das geirantas que ele levou là da terra era a conhecida Jùlia do Barral que por dà cà aquela palha mandava tudo para o caralho ou p'rà con.... se fize-se falta.
Bem um dos dias andavam a cavar e o amigo "cantoneiro" estava a ficar para tràz dos outros homens dado a que :
1º-Trabalhar no duro nao era o seu forte.
2º-Depois de comer um prato de chanfaina e mamar 1,5l de vinho ao almoço com o calor a apertar ainda muito menos apetecia vergar a mola.
3º-As noites de baile que passava com as moças da V. da Ponte ao toque da concertina reflectian-se durante o dia pois com sono nao se pode trabalhar.
Bem o caso è que a Jùlia andava a apanhar (as batatas calaro) atràz dele e como o amigo jà nao dava abasto à apanhadeira ela levanta-se e diz :
-"Hò cantuneiro anda là filhadaputa perguisoso do caralho ...Japao...."
Ò meus amigos o "cantoneiro" atira com a enxada para o lado (o que me parece que morto por isso estava ele), rompe à Jùlia do Barral ,manda-lhe as manàpulas ao nò das couves e diz:
"-Hà puta qu'temato atao eu aqui a dezer a estas esfomiadas qu'ebòssois minha'scriadas e tu txamasme Japao??? Ègua do caralho."
Atira com a Jùlia de patas ao ar no meio da terra e desaparece dali muito ofendido indo deitar-se a uma sombra ao lado do rio .
Bem à noite là aparece o "cantoneiro" ,entra no sobrado onde todos estavam jà a comer e com cara de poucos amigos e uma saca de plàstico metida no olho da enxada diz:
"-Boumimbora"
O irmao levanta-se da mesa e diz :
"-Hò Demingos tus'estàs tolo assenta-ticome c'arrapariga txorou tod'àtarde à tua conta"
"-Boumimbora jà t'edixe"
Bem mas entre todos là convenceram a fera ferida pelo menos a cear jà que a viagem era longa dali à "corga" e faziam falta forças depois de vàrios dias de pulo e trabalho .
Quando terminou despediu-se de toda a gente e saiu porta fora .
Ao chegar ao fundo das escadas reparou que havia uma silhueta femenina reflectida no contraste do luar com o escuro da noite e disse .
"-Quem caralh'oestàaì"
Perguntou um pouco assustado.
"-So'uÀrminda"
"-Ò'rminda boumimbora repariga"
"-Jà sei e po'risso bim aq'uiabaixo"
"-P'raquê???"
Perguntou ele muito admirado.
"-Entr'àqui p`ròmeu pàtio q'eu jà to digo"
Bem e o nosso amigo là entrou jà com saliva nos cantos da boca ,os olhos arremelados ,os dentes aguçados ,a mao nos botoes das calças,e os pensamentos alterados quando a Arminda le disse.
"-È que t'ecria pedir um fabor"
"-Diz là moça"
Respondeu o abutre jà todo"espumado" o qual jà parecia mais um porco macho depois do acto do acasalamento que pròpriamente um ser racional desejoso de intruduzir algo em alguma coisa.
"-È còmeu belho tem p'àqui um cao que morde e queri-omatar e eu pensei q'etu o podias lobar p`rà corga q'ueu teinho munta pena do bitxo.
Ò meus amigos o Sr. Domingos do Pinto ficou que nem sabia o que dizer jà que pensava que a Arminda le ia pedir algum favor mais especial ou como quem diz mais carnal.
Bem o caso è que como ficou tao atrapalhado disse que sim à rapariguita.
Ela la le entregou o bicho e realmente o animal era feroz ,dali à "corga" foi uma guerra constante HOMNIS vs ANIMALIS (desculpem o meu latim).
Ao ter-le deixado a cabeça de fora do saco para que o animal pude-se respirar e este fora de tao mà raça que nem ao seu salvador pedoava ;
hò meus amigos o bicho deixou aquelas maos ao "cantoneiro" pior que que o gato "micas " quando le comeu o dedo .
Aquilo parecia que le tinham andado aos tiros aos presunhos era cada buraco que cabia là um dedo.
Bem chegado à" corga "deitou-se na cama o pos-se a matutar como domesticar o bicharoco.
Na manha seguinte vai chamar o criado .
"-Hò Jaquim andadaì que temos que fazerali um trabalho"
E como è usual na nossa terra nao sair de casa em jejum depois de comer um naco de pao cada um e mamar meia malga de àgua-ardente là sairam directos ao pàtio onde estava a fera presa.
O "cantoneiro" pega numa" travadoira" (corda de atar as cargas), manda-a a uma trave e diz para o criado .
"-Agarra'omofilhadaaputa"
O Joaquim da Deolinda manda as manàpulas ao bicho e este crava-lhe os queixais nas costas dos ditos pressunhos .
O Joaquim nao tem mais nada ,levanta o braço fecha a mao e arrefifa uma punhada no alto da torre das pulgas ao animal o qual ficou sem sentidos por uns minutos.
Ràpidamente os dois trogloditas passam um nò de correr ao pescoço do bicho e esticando a corda passada na trave le remataram a vida em dois minutos mais .
"Bà bamo'sioenterrar "
Disse o Joaquim limpando o seu pròprio sangue das maos.
"-Nao"
Respondeu o "cantoneiro".
"-Baibuscar u'ma inxada e abrum'acoba na cortinha "
E enquanto o "cantoneiro" tirava a pele ao bicho no pàtio e o outro abria a cova na cortinha escutava-se o brutamontes do Domingos do Pinto gritar:
"-Faz um'acoba funda Jaquim"
Bem depois do cao esfolado e enterrado o "cantoneiro " pega na pele e faz uma molhelha para proteger a cabeça da vaca da madeira do apeiro (jugo) enquanto andava a lavrar ou a puxar o carro.
O pior foi no ano seguinte quando foi à festa à Vila da Ponte e a Arminda se encontrou com ele.
"-Olh'òsenhor Demingos ¡¡¡¡¡¡"
"-Atao como bai???"
"-Boubem menina"
Respondeu o "carrasco" um pouco querendo falar mas ao mesmo tempo esquivar-se d'ali.
"-Olhe e o caozinho que le dei està bonito????"
O Domingos olha para o Joaquim e no meio de um gaguejo responde:
"-Està...està menina... està tao lindo que atè jà vir'orrego e tudo."
Boas Noutes.
15 Comentários:
Esta munto boa esta.
Saudações
QUE PORCARIA DE BLOG
este ultimo nao esta dentro do contexto...
Bem ao 2º comentàrio atè pensei nao responder mas nao se preocupe que hoje nao tenho tempo mas amanha eu respondo.Quanto ao terceiro nao sei se o que nao està dentro do contexto è a història ou o comentàrio anterior.
A historia esta fixe.
Nao ligues aos comentarios dos/das envejosos/as.
quando disse que nao estava dentro do contexto era o gajo do 2º comentario. nao é o blog. o blog é OK!!!!!
Não foi bem asim!
havias de ser mais exacto...
Ha sim.
Peço desculpa mas hà històrias as quais eu nao conheço bem.
Mas penso que o mais importante è que todos nòs possamos recordar as pessoas e a nossa "corga" antiga as quais nos trazem muita saudade,e nostalgia.
Este espaço até è engraçado...
Pena è, o seu autor ser tão preguiçoso.
Ou será que os post`s novos, serão para aparecer de 6 em 6 meses ?
mas que comentários mais paneleiros aqui há.
Falem á homem, f...
historias girissimas, muitas vezes contadas nas noites de verão ao luar pelos mais velhos e que ficam na nossa memória para sempre.
Não o imagino a fazer isso, eu conheci um lado mais soft dele. Certamente sabes quem sou
Não era ele que as contava mas os outros que lhe conheciam as suas façanhas. Certamente....não sei quem és e certamente...nem tu saberás quem eu sou??? mas conheci-o muito bem e ele tinha por costume assustar-me sempre que lhe passava á porta e chamar-me russa...
sao romao e anairam vocês são bons contadores de histórias que me parece não terem sido vividas mas muito bem ouvidas.....
cum caralho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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