O ciclista
Ora bem,... o amigo Zè da Pica apesar de ter estado muito pouco tempo em França nao deixou ao acaso o progresso da descoberta da roda e quando regressou a Portugal resolver trazer com ele a mulher,um filho relativamente pequeno e como nao podia deixar de ser o seu veiculo.
Uma bela e veloz bicicleta de pedal .
Bem como naqueles tempos na "corga" as vias nao eram as mais adequadas para circular com tal aparato dado ao estado do alcatrao derretido na via e ao tráfego bovino,ovino,e caprino o homem resolveu pendurar o artilùgio no sobrado e esperar que modificassesm as vias e pusessem regras de trânsito no povo, jà que ele tinha aprendido as mesmas em "la France" mas claro por muito que quise-se explicà-las é evidente que os atrasados da aldeia nao iam percerber o francolês que falava o Pica.
È verdade o homem a falar tal idioma parecia uma vaca Espanhola a tentar cantar em Tirolês.
Bem o caso è que a reliquia do Pica foi passando de ano em ano pendurada no sobrado.
E de instrumento rodante passou a ser uma peça de mobiliàrio ,com a ferrugem começou a confundir-se com o tecto de modo que para descobrir aquele traste teve que crescer o Pica pequeno (Zè Luis) .
Um certo dia ai pelos seus 15 anitos o rapazola no meio de ferrugem e teias de aranha descortinou a còxinel .
Ora bem o rapaz ficou em pulgas como è evidente .
Um meio de transporte era o demais.
Era como ter um Mercedes nos nossos tempos.
E agora que o rapaz lhe começava a cheirar a mijo porque jà tinha um fraquinho pela Maria do Couto, e outro pela do Manilha, e outros por outras porque ele realmente o que queria era meter em quente.
Coisa que sò aconteceu passados largos anos.
Bem o rapaz foi ter com o pai e resolveu pedir-lhe a peça de museu da sua odisseia em França.
-"Hò pai bossê pudia-me dar a bicicolete q'uetem no sobrado "
-"T'ùestàs tolo repaz n'umbês q'uetematas"
-"Hò andelà n'umato nada s'ma der bou c'as bacas p'ra balcobo q'andobossê quijer.
-"Està bem mas olha là n'umbàs p'ràestrada c'ùela oubiste?"
"-Oubi pai ."
Respondeu o Zè Luis muito entusiasmado ao pensar que domingo jà ia de "bicicolete" dar a volta ao povo.
O individuo com a ajuda do pai là desceu o artigo da trave do sobrado e ao serao resolveu dar-lhe um jeito.
Lixou o artefacto bem lixado e com o zarcao que sobrou de pintar a porta do pàtio deu uma pintadela à sua bichinha.
Aquilo ficou uma maravilha parecia a bicicleta do Joaquim Agostinho a ùica diferença era o volante aberto (tipo cornos de boi Barroso) e a grade que levava atràz que mais parecia um grelhador de assar sardinhas.
Mas tinha sido com aquela grade que o pica se desenrascara em "la France" pois era onde transportava a "cascute" para o trabalho , e era o que usava para ir ao "marchè" aos domingos pela manha e trazer as compras para toda a semana que lhe encomendava a mulher enquanto ficava a fazer a comida.
Bem chegado domingo o Zè Luis pega na bichinha e bota por ali abaixo atè a loja do Penedo .
Ora ao chagar como vinha de cima do poço de ourelho nao pode fazer a curva à Lance Armstrong.
Claro que a exibiçao ficou um bocado curta e como estavam por ali as raparigas ele queria dar nas vistas jà que era o unico possuidor de tal joia no povo.
Resolveu entao ir rigueiro adiante e lançar-se desde o arrabaldo para que as fêmeas vissem o habilidoso que era o rapaz no manejo de tal artilugio.
E là se embala o artista .
Ora chegado ao meio do rigueiro e jà numa velocidade considerante de que se lembra o artista?
Pois se fazer um cavalinho para impressionar ainda mais o gado .
CATRAPUM....... mà sorte.
O artista de chapa percebia mas de mecânica nao via a ponta de um corno .
Assim que ao nao verificar o estado da còxinel na parte da mecânica nao deu conta que a roda da frente nao estava bem apertadada.
E claro ao levantar a roda dianteira da bicicleta esta saiu e e como consequência o rapaz deu um tombo que o deixou com o focinho metido no rêgo da àgua isto depois de ter beijado pelo menos 32 paralelos da calçada.
Aquilo parecia que lhe tinha passado um camiao por cima .
Todo esmoucado là se levantou, pegou na sua bichinha debaixo do braço e foi para casa.
O pior foi ao chegar porque claro apesar de ter destroçado o fato da primeira comunhao o qual era a sua vestimenta dos domingos desde que a tinha feito teve de ir o verao todo com a vacas para balcobo .
Ainda por cima levou umas bofetadas da velha por ter fodido o fato e como se nao fosse pouco teve que pendurar o veiculo o qual penso que ainda hoje permanece colgando na trave do sobrado.
E assim teve que ir andando atè ao couto o Zè da pica todos os domingos atè que tirou a carta de conduçao e o pai lhe comprou um R5 mas essa è outra història.
Boas Noutes
6 Comentários:
Ai o artista...
Já nessa altura anadava aos tombos...
Não é só de jipe!
O gajo era artista.Gostava de impressionar,com a sua habilidade,vestuário e perfumaria.Era o ranger do povo.
sim sim ele era um grande artista e se tu soubesses a història do R5 .
Essa deixa a do jipe longe mas nao te preocupes algum dia a contarei aqui.
ficamos à espera dessa famosa historia do R5
mauzinhos, a porra da bicicleta já era bem velha. Coitado do puto...será por isso que lhe deu para a mecanica....?
entao quando contas a historia do r5? estou impaciente de ouvir esa linda historia , até breve....
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